quinta-feira, 27 de setembro de 2012

"Suicidas", Raphael Montes


Pessoalmente, eu detesto comentar sobre o texto ou o livro de um amigo. Como estudante de jornalismo há dois anos e estagiando praticamente desde o começo da faculdade, já me vi em situações embaraçosas relacionadas com a criatividade e correção gramatical alheia, principalmente de outros coleguinhas de profissão.

Porém, este não é o caso do Raphael Montes, meu amigo dos tempos áureos do Orkut, de alguma comunidade perdida sobre literatura policial, que por uma coincidência incrível (ou destino) cursou Direito na mesma universidade em que eu passo a maior parte da minha semana desde 2010, a Uerj.

Para falar sobre primeiro romance,“Suicidas”, me inspirei em algumas críticas que ele mesmo recebeu de conhecidos e outros escritores sobre seu primeiro lançamento oficial dentro desse mundinho mágico que está no imaginário das pessoas, a literatura. E, após ler com cuidado, para não respingar sangue no edredom, eu não poderia tirar outra conclusão: Raphael é um escritor de verdade.

Em resumo, o livro aborda a história de nove jovens da elite carioca, universitários e aparentemente normais, que decidem dar fim à suas vidas no porão de uma velha casa de campo. Quando as anotações de um dos participantes é encontrada pelas autoridades, um círculo de mães das vítimas se forma para a leitura de um pequeno livro abandonado entre os corpos e a arma que os liquidou, uma Magnum 608.

Por ser mais um apaixonado pelo gênero, acredito que o romance acerta com destreza nos objetivos propostos. Não podia ser melhor: um jogo da memória e recapitulação constante dos fatos, em uma narrativa excitante e com personagens que se revelam passo a passo e nos fazem desconfiar de nós mesmos, reavaliar o valor que damos para a própria existência, como um átimo de segundo pode ser decisivo, e com suposições minuciosas, confrontadas com explosões típicas do caráter de cada personagem.

Como todo bom escritor, Raphael consegue dar vida a personagens do nosso mundinho chato, que poderiam cair na banalidade e se tornarem desprezíveis para a história. E fiquei ainda mais chocado por perceber elementos da realidade universitária do autor, das viagens de metrô e até mesmo de como é a vida de um aluno da Uerj. Raphael vai ser o culpado agora de me fazer ver uma Ritinha perdida no hall de entrada da faculdade, ou quem sabe descer de escada até o 7º andar para procurar por algum tipo "Zak".

Para comprar "Suicidas", entre no site da Benvirá.

2 comentário:

Anônimo disse...

teste

Anônimo disse...

Li o livro. Infelizmente, não cheguei ao final. Já nas primeiras páginas, considerei cansativo e presunçoso. É bem estruturado, mas os capítulos longos, os diálogos chatos, foi uma leitura que não me prendeu. Contribui para a desistência da leitura, a extensão desnecessária do romance. O maior mérito, talvez, esteja mesmo na estruturação do trabalho. Apesar disso, repetindo, é cansativo e desinteressante.

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