sábado, 5 de setembro de 2009

Uma hostil precaução


Desde o momento que as tropas americanas invadiram o Iraque, milhões de pessoas ocuparam-se em frente à TV, assistindo noticiários a respeito de mais uma guerra sangrenta. Como controlar as conseqüências desse ódio direto? Adotando uma ótica mais justa, acredita-se que precisamos compartilhar nossas diferenças e semelhanças para constituir um modelo de convivência mais humano e menos desleal. Na era da ascensão tecnológica, vem ficando cada vez mais evidente que a derrubada da intolerância, a aceitação da miscigenação e um olhar crítico sobre a socialização do ser humano são medidas preventivas para que nosso sistema de ódio direto não nos faça de uma espécie extinta.

O preço a pagar pelo descontrole do racismo e da xenofobia, por exemplo, é alto para as sociedades. Reflexos diretos da escravidão e da colonização, essa realidade vem sendo apagada aos poucos, devido a provas claras, como a contratação de estrangeiros em países europeus, de que independente do lugar que viemos ou cor da pele, podemos fazer qualquer atividade.

Além disso, somos fruto de um povo marcado pela miscigenação, nos mostrando claramente uma forma de avançar por cima de valores de pregam a divisão das raças. Criar uma unidade única de cultura não causa avanços, impede a descoberta de novas sensações e crenças, não provocando mudanças significativas e positivas nas sociedades atuais, que estão em constante movimento.

Contudo, é um trabalho árduo manter o diálogo amigável entre vertentes opostas. A socialização da humanidade complicou-se duramente, porém, vinculando-se a algo oposto a natureza humana. Ficou mais fácil criar opiniões com bases preconceituosas do que se adaptar a um grupo de diferentes ideias, credos e línguas. Todavia, somos condicionados desde o nosso nascimento, a constante vida em sociedade, aceitar suas regras e conviver com as peculiaridades que nos cercam.

Crê-se, então, que montar uma sociedade que busca regras e ensinamentos falhos para justificar o ódio a todas as vertentes alimenta o monstro da intolerância. Por enquanto, se não forem sanados as falhas que percorrem cada ponto de nosso agrupamento humano estaremos pintando um quadro exato da realidade nua, crua e pitoresca que é o da ira ignorante.

2 comentário:

manie 22k disse...

nassa, arrasou. no dia em que eu escrever um texto assim acho que eu saio até do país.

Érica Ferro disse...

Tadeu arrasa mesmo!
Redação ótima.
Adorei.

"Por enquanto, se não forem sanados as falhas que percorrem cada ponto de nosso agrupamento humano estaremos pintando um quadro exato da realidade nua, crua e pitoresca que é o da ira ignorante."

Concordo.

:D

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