sexta-feira, 9 de outubro de 2009

A caminhada contrária


Diabetes. Parkinson. Alzheimer. Inúmeras eram as doenças chamadas “incuráveis” até a década passada. Pesquisas realizadas com células-tronco provaram-nas capazes de regenerar específicos tecidos do corpo humano, o que acabou por produzir uma crescente polêmica na medicina brasileira. Até que ponto pode o homem utilizar a genética em favor da vida? De fato, o conflito que se criou põe em jogo a credibilidade de médicos, Igreja e Estado.

Primeiramente, é preciso analisar que as medidas tomadas pelo promotor Carlos Fonteles – impedindo a ação médica – barraram os avanços nas pesquisas científicas. Ao iniciar o debate de onde se inicia a vida, gerou-se uma polêmica desnecessária, uma vez que muitas famílias ficaram no aguardo da morte.

Nisso, é preciso atentar às instituições de alto poder influenciativo que mostraram-se contrárias. A Igreja, por exemplo, ao desaprovar o uso de células-tronco, acaba por alimentar esse impasse. Tal atitude constitui um retrocesso do pensamente racional, uma vez que certas proibições, com a não-transfusão de sangue para Testemunhas de Jeová, acarreta no falecimento de diversos fiéis, apenas no intuito de reforçar um dogma eclesiástico.

Contudo, é essencial que aplaudamos a reação governamental. Defender febrilmente a problemática da vida e suspender as chances de recuperação de pacientes terminais constitui uma saída estúpida nos dias atuais. Abrindo centros para desenvolver as pesquisas genéticas, o estado tomou a razão, ignorando as discussões acerca do assunto.

É indiscutível, portanto, que a liberação das pesquisas com células-tronco é uma medida necessária, uma vez que as crescentes mortes pelas doenças degenerativas não aguardam decisões judiciais para atacar. E, infelizmente, para se ter um Brasil com olhos no futuro é urgente abrirmos mão da nossa herança colonial que é o grosseiro retrocesso científico.

3 comentário:

Érica Ferro disse...

Muito boa tua redação, Tadeu!

"É indiscutível, portanto, que a liberação das pesquisas com células-tronco é uma medida necessária, uma vez que as crescentes mortes pelas doenças degenerativas não aguardam decisões judiciais para atacar." [2]

Sou a favor das pesquisas com células-tronco. Mas, claro, tudo tem um limite. O homem, por exemplo, não pode ultrapassar a condição de humano. Enfim, não pode dar uma de Deus e querer fazer algo dispensável. Ou seja, sou a favor das pesquisas por elas serem uma esperança de cura (ou, pelo menos, de melhora) para várias doenças.

Beijo.

... disse...

Ótima redação queria eu escrever bem assim. Esse é um assunto em particular do qual me interesso muito, até mesmo pelo rumo que quero que minha vida tome daqui ha alguns anos. Sou absolutamente a favor das pesquisas com celulas tronco é claro que tudo possui limites que devem ser respeitados.
Adorei seu blog!!
Vou te seguir ta!
Bjo

Nati Pereira disse...

Quem me derá escrever tão bem quanto você. Parabéns pelo texto. beijos

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