"Armado de coragem respirei fundo para tirar o fone do gancho, quando o atordoante barulhento aparelho disparou em tocar contrapondo minha vontade. Estiquei a mão e puxei de uma vez só.
- Alô...
- Eduardo, Eduardo! - disse Bernardo, me interrompendo de forma totalmente apavorada - Venha para o teatro já! Pegaram ela, Eduardo. Pegaram a atriz!
Paralisado, senti meu coração saltar à garganta.
- O que aconteceu, Bernardo? De quem você está falando? – berrei.
- A Eliza, Eduardo! – disse ele num tom totalmente certo. E eu, como alguém que tivesse sido atingido esperei ele dizer algo mais. E pro meu azar ou sorte escutei claramente: - Mataram a Elizabeth Bordon!
Fiquei mudo ao telefone e sem perceber meu amigo desligou do outro lado. Eu não sabia se voltava para o sofá e procurava alguma ilha paradisíaca, ou então, se eu saía em disparada ao teatro. Durante algum tempo fiquei paralisado, mas logo depois agarrei a segunda opção."